Vinícius Puglia

Este é meu blog, aqui guardo muitos ensinamentos que foram bons pra mim, e creio que será bom pra quem ler também.

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5.10.05

Mateus 6-leitura
Jesus quase não falou de muitos temas que não saem de nossas conversas e preocupações. Por exemplo, o amor entre um homem e uma mulher não tem Nele um poema, uma fala, um discurso. E, acerca de sexo (outro campeão de audiência entre nós), Ele falou quando forçado pelas circunstâncias, ou em razão de questões de outros. Porém, por Ele, espontaneamente, tais temas não foram propostos. O mesmo não se pode dizer da “ansiedade”. A ela Jesus reserva significativo espaço no bojo de Seu ensino essencial: o Sermão do Monte. De fato, isoladamente, é o assunto tratado de modo mais ilustrado e longo em todo o sermão (Mt 5-7).E por quê?Ora, as razão são muitas. E, os básicos, logo a associam às dificuldades da existência em todos os tempos; e, os psicólogos, não resistem à tentação de associá-la ao mundo estressado no qual todos vivemos; tratando, assim, não da própria ansiedade, mas dos agentes contemporâneos de sua emulação.De fato, há muitas causas secundarias quando se pensa em ansiedade. No entanto, no curto espaço deste texto, quero apenas falar acerca de três causas essenciais.
1. A ansiedade como perversão do olhar prospectivo. De fato, só somos ansiosos porque fomos dotados da benção do olhar prospectivo. Fomos feitos capazes de olhar para o futuro mediante a imaginação, a lógica histórica, a acumulação de experiências, e, sobretudo, em razão da necessidade humana de pensar no dia de amanhã; onde, miticamente, estocamos o bem e o mal, dependendo de nosso estado de espírito. Todavia, como disse, a ansiedade é uma perversão de uma virtude: a benção do olhar prospectivo. Na realidade, a ansiedade é a esperança vivida como experiência do pecado de ser; o qual se manifesta como incapacidade de crer no cuidado de Deus, em razão de nosso descuidado para com Ele em amor. Assim, ansiedade é a expectativa de que no amanhã estaremos em perigo. O pecado perverteu todo olhar perspectivo e prospectivo.
2. A ansiedade como a esperança da Queda. Na realidade a ansiedade é a maligna manifestação da “esperança na Queda”. Num mundo onde o ser se sabe afastado de Deus, toda expectativa é sempre contra nós; e, sua forma existencial e psicológica de se fazer desesperança, é mediante a ansiedade.
3. A ansiedade como desconfiança de Deus. Quando Jesus enfatizou a ansiedade como problema, o que Ele diagnosticou como causa, foi a falta de confiança real no Deus real, no Deus que cuida, que é Pai, que está atento, que se dedica a ervas e pássaros, e, portanto, tem muito mais razão para cuidar da existência humana. E tudo quanto Jesus disse acerca da ansiedade, se faz concluir com um convite a entrega total à confiança no reino de Deus; ou no Deus que reina sobre a vida; especialmente sobre os detalhes mais sutis. Assim, Jesus mandou que a fonte da energia espiritual e vital de cada um de nós, se concentrasse apenas nas coisas que carregam o espírito do reino de Deus; pois, assim, seremos agidos por Deus; que é o que faz com que todas as coisas necessárias à vida nos sejam naturalmente acrescentadas. Onde há ansiedade; aí ainda não há a prevalência da confiança. Ou, então, aí se instalou “um vício de sentir contra nós”; o qual só pode ser vencido mediante a entrega em fé ao amor e aos cuidados misteriosos do Pai.
Nele,
Caio